domingo, 25 de abril de 2010

Viradão carioca cia hibrida 2 ano (Plim plim)



Viradão carioca cia híbrida 2 ano
Cia híbrida na sua segunda participação no viradão carioca



Cia Híbrida fazendo mais uma intervenção urbana mais um ano.



sou o de vermelho.kkkkkkkkkk

Leia Mais…

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Dos fundos da igreja para os palcos cariocas
Companhia de dança e teatro do Rio Comprido conquista seu lugar no panorama cultural carioca.


Débora Póvoa



Com espetáculos que unem dança de rua e teatro, a Cia Híbrida, dirigida pelo bailarino e coreógrafo Renato Cruz, vem ganhando cada vez mais espaço no cenário artístico carioca. Desde o ano passado, quando foi aprovado para ensaiar e realizar apresentações no Centro Coreográfico do Rio de Janeiro, o grupo pôde sair de uma pequena igreja e mostrar seu trabalho para um público mais amplo e exigente sem, no entanto, perder seu foco social.

O nome “Híbrida” já sugere o caráter abrangente e unificador da companhia, baseando-se nos diversos níveis sócio-econômicos de seus 14 bailarinos. Ela quebra barreiras sociais e preconceitos, já que reúne pessoas de diferentes idades, escolaridades e situações financeiras e habitacionais. Cada uma teve motivações diferentes para participar do projeto. - Nunca fui fã de dança. Entrei porque minha namorada estava participando e tinha muito homem na companhia (risos). Acabei gostando - explica Avelino Neto, bailarino e estudante de cinema. Já para Michael Coimbra, office-boy, a dança já fazia parte de sua vida: - Dançava há muito tempo e minha irmã, que dava aula de alfabetização para adultos na igreja, me contou do grupo, pelo qual me interessei.

A companhia surgiu durante o período em que Renato ensinava dança de rua gratuitamente no Grupo de Formação de Educadores Populares (GEFEP). Desmotivado ao perceber que os frequentadores de suas aulas não eram verdadeiramente carentes, o coreógrafo chegou a pensar em desistir de seu ideal de ajudar os mais pobres. - Eu tinha uma visão de carência muito estreita - diz ele. Seus alunos, então, sugeriram a criação de um grupo de dança com o objetivo de levar a arte a lugares que tivessem pouco ou nenhum contato com a cultura. Incentivado pela presidente da ONG, que conseguiu o espaço da igreja Nossa Senhora das Dores, no Rio Comprido, para os ensaios, Renato deu início à montagem de seu primeiro espetáculo infantil, “Paulinho Paulão”.

A ideia inicial da companhia era democratizar o acesso à arte, através do projeto “Arte é o melhor remédio”, desconsiderando a busca por lucros. A iniciativa consistia em levar entretenimento por meio da dança e do teatro a locais carentes e hospitais, tais quais o Hospital Menino Jesus, o INCA (Instituto Nacional do Câncer) e o Hospital Sales Neto. - O nosso retorno está muito relacionado, não ao âmbito financeiro, mas à compreensão de que a gente pode e deve fazer alguma coisa pela sociedade - comenta o diretor.

No ano passado, porém, abriu-se um novo horizonte para a Cia Híbrida. A aprovação de uma pauta para ensaios e apresentações no Centro Coreográfico do Rio de Janeiro representou uma mudança crucial para a companhia. Pela primeira vez, os bailarinos, que chegaram ao projeto sem nenhuma experiência na área artística, puderam usufruir de uma infraestrutura completa de sala de aula, com espelhos e chão preparado para dança. Além disso, esse acontecimento serviu de estímulo para o grupo, afirmando a qualidade do trabalho desenvolvido até o momento.

Tal expansão permitiu à Cia Híbrida experimentar novos palcos, como o do próprio Centro Coreográfico e o do Teatro do Colégio São José, onde está em temporada até o próximo sábado com o espetáculo “Contos de Era uma Vez”, reunião de duas de suas produções infantis. Esse progresso é visto com entusiasmo, mas, ao mesmo tempo, com certo receio por seus membros. - Ao mesmo tempo em que ficamos felizes com o crescimento, temos medo de que não haja planejamento e organização nesse processo - diz Renato - Temos medo de profissionalizar demais, contratando pessoas que não conheçam a história e não estejam comprometidas com o nosso ideal.

Paralelamente a essa empreitada profissional, o grupo não abandona suas raízes, continuando suas atividades em hospitais e locais carentes e mantendo ensaios na igreja, com a qual contribui voluntariamente arrecadando alimentos. A companhia tem a intenção de montar mais um espetáculo infantil no próximo ano e viajar com a peça. Enquanto isso prepara um trabalho mais adulto, voltado para o público de dança.

Apesar de suas primeiras conquistas, a Cia Híbrida enfrenta ainda muitos obstáculos. A verba é insuficiente para a realização de espetáculos mais elaborados, os bailarinos, muitas vezes, são obrigados a ter um segundo emprego para complementar sua renda e a divulgação da companhia é escassa. - Só Deus sabe como! - exclama o coreógrafo, ao ser questionado sobre como eles conseguem os elementos cênicos para as produções. - Graças a Deus, o elemento fundamental do nosso trabalho são as pessoas, em vez de figurinos e iluminação.

Mesmo lidando com tais dificuldades, o grupo sonha cada vez mais alto. A sua principal meta é possuir o seu próprio centro de arte no Rio Comprido e expandir todos os limites artísticos da companhia, fazendo filmes e documentários, por exemplo. Além disso, é unânime entre seus componentes a vontade de levar a Cia Híbrida e o projeto “Arte é o melhor remédio” para outros estados e para o Exterior.

Com essa perspectiva profissional, a rotina do grupo modificou-se bastante. Os ensaios foram intensificados e o comprometimento de cada bailarino teve de aumentar. Ainda que o trabalho seja mais árduo nessa nova etapa, os integrantes não se queixam. - A gente não vive mais! (risos) A gente tem de abrir mão de muitas coisas, mas a gente gosta. Sem contar que a companhia trouxe melhorias individuais em disciplina, responsabilidade, estudos e, principalmente, ampliou nossa visão social - diz Marjorie Leonardo, a bailarina mais jovem, com 14 anos. - Nós percebemos que é muito cômodo reclamar da sociedade e não fazer nada para melhorar - comenta Michael Coimbra.

Leia Mais…

Total de visualizações de página

Resultados